Certa vez, ouvi na graduação que um bom administrador é aquele que consegue separar a vida pessoal do trabalho.

Certa vez, ouvi em uma palestra que um bom empreendedor, é aquele que consegue separar suas emoções do negócio.

Essas afirmações na época fez sentido para mim, comecei a usar delas, para tentar me abster das emoções na minha rotina de trabalho.

Acontece que, após passar anos tentando ocultar o que realmente sentia, lutando para esconder meus próprios sentimentos, querendo mostrar uma frieza inexistente, me custou alto. Não digo que estava errada em ter essa postura perante a vida por anos e anos, porém, hoje, percebo que parte da energia que me esvaiu, estava em tentar sustentar uma imagem que não era a minha.

Olhando para os empreendedores ao qual tive acesso, percebi que muitos deles se cobravam para manter-se frios e distantes, diante de decisões importantes em seus negócios, mas com isso, sufocavam a si mesmos.

Como deixar as emoções de lado, se somos todos humanos?

Será que manter essa postura de que estamos “sob controle de tudo” é a ideal?

Por que temos a necessidade de mostrar aos demais, que estamos bem o tempo todo?

Por que não podemos dizer que estamos com medo, inseguros e indecisos, diante de tomadas de decisões em nossos negócios?

Vejo cada vez mais, uma quantidade alta de textos, livros e tutoriais no Youtube, dizendo como devemos nos portar em relação aos negócios, como devemos aparecer nos vídeos, como devemos escrever. Mas pouco diz, para sermos nós mesmos.

Demonstrar vulnerabilidade é visto como um grande erro.

Que mundo de faz de conta é este, que nos faz viver na busca de sermos perfeitos, inclusive no empreender?

Quando empreendemos, colocamos ali nossas intenções e emoções, queremos faturar é claro, torcemos para que este negócio seja um sucesso, mas esquecemos de que o negócio é a extensão de quem somos.

Você já ouviu aquele ditado que diz: “o negócio é a cara do dono”? Se ele está certo ou não, não importa, mas o importante é olharmos para essa frase e tentarmos filosofar sobre ela. Será que quando a afirmação diz que o negócio é a cara do dono, é porque ele é a extensão do empreendedor? Será que esta frase fala sobre características físicas? Ou será que fala das características das emoções?

Disse para você no último texto que por vezes juntaria aqui, o empreendedorismo com a  filosofia e cá estou, trazendo mais uma de minhas reflexões, pensando nas pessoas que existentes nos negócios.

Penso que, viver uma vida empreendedora, como robôs, pode não ser o ideal.

Assim como em nossa vida pessoal, não é possível seguir os manuais disponíveis de felicidade, também não é possível seguir um tutorial de vida perfeita no empreender.

Aquilo que as fotos, vídeos e textos demonstram nas redes sociais dos empreendedores que seguimos, muitas vezes, parece ser um mundo perfeito, em que essas pessoas envolvidas, não tiveram medo em tomar uma grande decisão, em que suas contas estão sendo pagas em dia e que não existe nenhum empréstimo bancário por trás. Parece que elas acordam diariamente altamente dispostas e que suas vidas são de pura felicidade, sem problemas familiares, mas lembre-se, este mundo pode ter sido “moldado”, mas ele pode não ser real.

Buscar a perfeição, sustentar uma imagem e esconder nossas vulnerabilidades, pode estar fazendo com que deixemos de lado, nossa individualidade e autenticidade, pode ser que estejamos todos seguindo a manada e nossos negócios estejam ficando todos com a mesma “cara”.

Tudo o que precisamos para viver e empreender de uma maneira mais autentica e consciente, é sermos humanos. 

Então que sejamos humanos.

Publicado por Elisangela Baptista

Ama viagens, lama, trilhas e outras aventuras. Consultora e mentora estratégica em negócios. Aspirante à Escritora. Educadora em Empreendedorismo. Palestrante. Atua na área desde 2004.

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