Lembro da primeira nota vermelha em português, em uma época que tirava dez em tudo, foi horrível ver aquela nota destoando do meu boletim escolar.
Dias depois, minha mãe recebeu o primeiro recado no caderninho de recados, em que a professora dizia que “sua filha” era inteligente e estudiosa, mas falava demais. Pensei comigo: “isso aí já é marcação”.
Mas, foi exatamente nesta época, que descobri meu amor pela matemática e por ensinar.
Tive uma professora maravilhosa, a Luci, que nos meus doze anos, percebeu que eu ficava extremamente entediada na sala de aula, esperando meus colegas terminarem de fazer suas lições de matemática, enquanto eu acabara há tempos.
Um dia, ela me convidou para ser sua ajudante, e logo comecei a dar aula para um grande número de colegas, e até meus dezessete anos foi assim. Dei aula tanto na escola, quanto para os meus vizinhos.
Apesar de não me identificar com o português, adorava escrever, instigada pela minha mãe, comecei a escrever poesias e alimentava o meu diário com várias narrativas. Acreditava que um dia, eu conseguiria escrever um livro.
Mas, todas às vezes que eu começava a escrever, esbarrava no meu medo de ser rejeitada pelos leitores, por todas as minhas falhas de escrita.
Voltei a escrever quando lançamos o blog, em 2019, gradualmente fui recebendo opinião das pessoas, de como os textos as ajudavam empreender melhor e comecei a me empolgar.
Percebi que, as pessoas estavam muito mais interessadas na riqueza do conteúdo do que nas regras de português.
A vontade de escrever um livro continuava ali, firme e forte, mas o medo caminhava ao lado.
Porém, em 2020, me inscrevi em um curso de desbloqueio criativo com a Bela Guerra, e nele fiz vários exercícios para entender meus próprios vilões da escrita.
E em novembro do mesmo ano, lancei meu primeiro livro, Doze Pessoas Que Você Deveria Conhecer.
E agora, em abril de 2021, lanço meu segundo livro, o Empreenda-se.
Nesta semana, conversando com meu amigo e professor de escrita, Eduardo Barbosa, falei para ele sobre minhas dificuldades com a língua portuguesa e dos medos que carregava comigo, o que me impediam de escrever para um público maior.
Foi então que ele me falou: “a pior aluna de português lançou dois livros, isso daria um texto“.
Pensando na nossa conversa, percebi que, muitas vezes em nossas vidas, deixamos de lançar ideias, porque temos medo de sermos rejeitados pelos outros e depois temos que lidar com nossas próprias frustrações.
Quantas coisas escutamos desde a nossa infância, que acabam nos desencorajando de lançar algo extraordinário?
Quantos sonhos não deixaram de ser realizados, porque tomamos como verdade, algo que o outro nos disse?
Como seria a nossa vida, se ao menos uma vez, não nos importássemos com o comentário negativo ou maldoso do outro?
Sim, ainda sou a pior aluna de português, mas leio muito e em cada leitura aprendo mais e mais, sobre expressões e como posso colocar no papel, todas as ideias que estão aqui dentro.
Como conheço essa minha dificuldade, sei que tenho que ter um cuidado redobrado com cada texto escrito, utilizo ferramentas para me ajudar nas correções, leio e releio uma única frase várias vezes antes de publicar.
As críticas recebidas na infância, foram praticamente esquecidas, e sei que tenho muitas ideias ainda para serem compartilhadas em formato de textos ou livros.
O que você já teve vontade de criar, lançar e compartilhar com outras pessoas, mas não fez por medo?
Faça uma lista com essas ideias e tente entender, porque você as engavetou.
Depois disso, crie um plano de ação com uma data como meta de lançamento e se joga.
Acredite no seu potencial criativo.
Aqui no blog, nós acreditamos e incentivamos todas as ideias, não existe certo ou errado, não estamos aqui para julgar nada e ninguém, pois tudo é válido.
Portanto, se após fazer esse exercício, você sentir vontade de compartilhar com a gente a sua ideia engavetada, ficaremos extremamente felizes.